Católico,
quase nada praticante atualmente, há muito provoco meus colegas das
universidades brasileiras. Digo que há três entidades tão tradicionais uma
quanto a outra: a Igreja (para mim sempre a que eu pertenço, a Católica), o
exército e a universidade. No discurso, a universidade sempre se nos apresenta
como a mais progressista de todas elas. Só no discurso! Na prática, o que se
tem é uma universidade (brasileira, não me refiro aqui especificamente à
Universidade Federal do Amazonas, na qual trabalho), dos corredores,
preconceituosa, reacionária e que não tem coragem de assumir tal face. Ontem,
porém, a Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nota que me fez sentir imenso
orgulho em ser católico:
"Nota
da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Fiel
à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e civilizatórios dos
Direitos Humanos, a Comissão Justiça e Paz de São Paulo (CJPSP) vem a público
manifestar-se por ocasião da 18ª Parada do Orgulho LGBT que se realiza na Av.
Paulista no próximo domingo, dia 04 de maio de 2014.
Nosso
posicionamento se fundamenta na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, aprovada
pelo Concílio Vaticano II, que diz: “As alegrias e esperanças, as tristezas e
angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que
sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias dos
discípulos de Cristo; e não há realidade verdadeiramente humana que não
encontre eco no seu coração.”
Assim,
a defesa da dignidade, da cidadania e da segurança das pessoas LGBT – lésbicas,
gays, bissexuais, travestis e transexuais – é imprescindível para a construção
de uma sociedade fraterna e justa. Por isso não podemos nos calar diante da
realidade vivenciada por esta população, que é alvo do preconceito e vítima da
violação sistemática de seus Direitos Fundamentais tais como a saúde, a
educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros. Além disso, enfrentam
diariamente insuportável violência verbal e física, culminando em assassinatos,
que são verdadeiros crimes de ódio.
Diante
disso, convidamos as pessoas de boa vontade e, em particular, a todos os
cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das pessoas
LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo supremo
princípio da dignidade humana.
São
Paulo, 30 de abril de 2014."
A
comentar: que as universidades, na prática, comecem a se espelhar na Igreja
(Católica).
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