domingo, 31 de agosto de 2014

Que as universidades se espelhem na Igreja

Católico, quase nada praticante atualmente, há muito provoco meus colegas das universidades brasileiras. Digo que há três entidades tão tradicionais uma quanto a outra: a Igreja (para mim sempre a que eu pertenço, a Católica), o exército e a universidade. No discurso, a universidade sempre se nos apresenta como a mais progressista de todas elas. Só no discurso! Na prática, o que se tem é uma universidade (brasileira, não me refiro aqui especificamente à Universidade Federal do Amazonas, na qual trabalho), dos corredores, preconceituosa, reacionária e que não tem coragem de assumir tal face. Ontem, porém, a Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nota que me fez sentir imenso orgulho em ser católico:
"Nota da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Fiel à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e civilizatórios dos Direitos Humanos, a Comissão Justiça e Paz de São Paulo (CJPSP) vem a público manifestar-se por ocasião da 18ª Parada do Orgulho LGBT que se realiza na Av. Paulista no próximo domingo, dia 04 de maio de 2014.
Nosso posicionamento se fundamenta na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, aprovada pelo Concílio Vaticano II, que diz: “As alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração.”
Assim, a defesa da dignidade, da cidadania e da segurança das pessoas LGBT – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – é imprescindível para a construção de uma sociedade fraterna e justa. Por isso não podemos nos calar diante da realidade vivenciada por esta população, que é alvo do preconceito e vítima da violação sistemática de seus Direitos Fundamentais tais como a saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros. Além disso, enfrentam diariamente insuportável violência verbal e física, culminando em assassinatos, que são verdadeiros crimes de ódio.
Diante disso, convidamos as pessoas de boa vontade e, em particular, a todos os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo supremo princípio da dignidade humana.
São Paulo, 30 de abril de 2014."
A comentar: que as universidades, na prática, comecem a se espelhar na Igreja (Católica).


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