quarta-feira, 1 de julho de 2015

A lição não aprendida com Ricúpero

Ao que parece, poucas pessoas se recordam do então Ministro da Fazenda, Rubens Ricúpero. Durante o período de implantação do Plano Real, Ricúpero era um dos homens mais fortes da República. Em 6 de setembro de 1994, renunciou ao cargo. Via satélite, vazou uma conversa de bastidores dele com o jornalista Carlos Monforte. O diplomata foi taxativo no áudio que vazara: "Eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". Em 1994, no Brasil, era condenável manipular fatos, divulgar meias verdades. É preciso repensarmos, seriamente, que tipo de jornalismo queremos. Qual o tipo de assessoria que praticamos. “O que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde” parece ter se tornado regra. Principalmente de quem pratica assessoria de comunicação. Condenável no passado, a prática é tida como normal atualmente. A mim me parece ser tão condenável atualmente quanto o era antes. O problema é que a prática ganha corpo principalmente nos momentos de embates políticos mais acirrados. E, lamentavelmente, o que mais se vê hoje é a prática de se manipular fatos e se divulgar apenas a parte que mais convêm. Triste fim de o que antes se denominou “ética em comunicação”!


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