A notícia de que o professor
Wemerson da Silva Nogueira, único brasileiro a disputar um prêmio internacional
equivalente ao o Nobel da Educação, pode ser portador
de um diploma falso não me chocou. Somos todos, e talvez o professor
também, vítimas de um sistema falho de medição, que foca “no pedaço de papel” e
“nos títulos” e não no conhecimento, na qualidade dos projetos e dos trabalhos
apresentados. O fato de ter um diploma falso, se for verdade, condena-lo-á,
certamente, por falsidade ideológica. Na prática, porém, será capaz de tirar o
mérito das “revoluções” que ele provocou em sala de aula? E se o fez sem portar
diploma (ou com um diploma falso), não deveria ser motivo para, além de
condená-lo por falsidade ideológica, avaliarmos o processo de aquisição de
conhecimentos no Brasil? Mais que isso, demonstra que o nosso processo de
certificação, de medição de habilidades, é fraco, falho, inoperante... Antes de
crucificar o professor, talvez seja necessário efetivamente avaliarmos o nosso
sistema de medição, chamado equivocadamente de sistema de avaliação. Medimos, e
muito mal, inclusive, competências e habilidades. As escolas, em todos os
níveis, deixaram de ser o locus do processo de aquisição de conhecimento para
se transformar em uma fábrica de diplomas, certificando seus portadores a
entrar no “mercado de trabalho”. É mister discutirmos o modelo e o processo.
Pois, fica evidente, principalmente se for falso o diploma do professor, a
fragilidade do nosso sistema educacional.
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