Hoje, em rede nacional, no
programa jornalístico de maior audiência, a Rede Globo de Televisão, ao que
parece, ainda que nas entrelinhas, deixou claro que tem um nome para substituir
Michel Temer (PMDB) que, ela, como por milagre, descobriu que não serve mais
para o Brasil: é Henrique Meirelles, o ministro da economia. Cenas de um
seminário do qual o ministro participava, em São Paulo, foram exaustivamente
mostradas durante o jornalístico da emissora. Além deste fato, chamou-me a
atenção o patrocinador do evento, por mais que os ângulos das tomadas tentassem
esconder: ninguém menos que a Construtora Norberto Odebrecht. Tanto uma
situação quando a outra deveriam ser motes para discussões nas salas de aulas
dos cursos de jornalismo Brasil afora. Um emissora tomar posição como se viu e
se vê é postura eticamente aceitável? O tal patrocínio da Odebrecht era ao
evento ou, também, ao jornalístico? Por força do fato jornalístico, a emissora
teve de “engolir” o patrocinador? Ou tinha interesse? Há uma distância entre o
que os donos das empresas pensam e o que decidem com os patrocinadores que nem
nós, os jornalistas, entendemos. Nos cursos de jornalismo, porém, não é pecado
discutir tais problemas.
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