Em
qualquer discussão séria sobre a universidade é preciso responder a uma
pergunta básica: a universidade existe para servir às corporações ou à
sociedade? E antes de respondê-la, preciso esclarecer que uso o termo
corporações, aqui nesta postagem, para me referir não apenas ao mercado, mas,
às corporações (empresas), bem como aos interesses corporativistas das
categorias profissionais. Particularmente, não sinto a menor dificuldade
(aliás, nunca tive tanta clareza quanto agora) em responder que uma
universidades pública (e até mesmo as particulares), existem com o fim de
servir à sociedade. Sem isso, não cumprem a função social (no caso das
públicas), muito menos os objetivos dos negócios (no caso das particulares). São
fundamentais para embasar a reflexão os conceitos de empregabilidade e sociabilidade.
O de empregabilidade talvez não deixe nenhuma dificuldade para se entender: é a
capacidade que a Instituição tem de os seus estudantes saírem dela com empregos
garantidos. O segundo, se não existe, acabo de criar, é a capacidade de a
Instituição se preocupar com a sociedade no todo, e não apenas com parte dela, o
mercado. De início, parecem conceitos diametralmente opostos. Na prática,
complementam-se porque não existe mercado, empresa ou corporação, portanto,
empregabilidade, se não existir uma sociedade saudável, bem formada para o
exercício da cidadania. No fundo, são perspectivas do olhar: enquanto o foco da
empregabilidade é meramente utilitarista, o foco na sociabilidade dirige-se à
pratica de se mudar a vida do conjunto de pessoas que forma a sociedade. Um não
vive sem o outro. E uma universidade não cumpre o seu papel social se não
souber equilibrar as duas coisas no processo de formação dos seus estudantes.
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