quinta-feira, 6 de março de 2014

Artigos científicos que não passam de lero-lero

O título desta postagem também poderia ser "Imposturas intelectuais ultra-pós-modernas", em homenagem aos físicos Alan Sokal e Jean Bricmont, que publicaram, em 1998, o livro "Imposturas Intelectuais." E vejam, leitores e leitoras, como a Pós-modernidade impostora que eles revelaram na Ciência, ao invés de se retrair, ganhou novos contornos. Em 1996, em um periódico norte-americano denominado Social Text, Alan Sokal apresentou-se como defensor do Pós-modernismo, ao enviar um texto para a revista. Tratava-se de uma bricolagem, sem nenhum rigor científico. O artigo não só foi aceito, mas também, muito elogiado pelos "examinadores" da revista, algo assim como os nossos rigorosos "pareceristas". Após desnudarem o universo editorial das revistas científicas, Alan Sokal e Jean Bricmont publicaram o famoso livro no qual desancam críticas aos filósofos e cientistas sociais, bem como destroem o "relativismo epistêmico". O que eles não sabiam era que a Ciência enveredaria pularia do relativismo epistêmico para a lógica produtivista pura e simples. Não imaginavam, também, que as imposturas intelectuais iriam mais longe. E não é que foram! A revista Nature revelou que os editores das revistas científica Spinger e IEEE removeram 120 artigos ditos científicos, publicados entre 2008 e 2013, porque descobriram que não passavam de um mero jogo de palavras produzidos por um programa de computador popularmente conhecido como "gerador de lero-lero". É um programa de computador criado pelo Massachussets Institute of Tecnology (MIT) denominado SCIgen. O cientista da computação Cyril Labbé criou o programa para provar que "conferências acadêmicas", no mais das vezes, aceitam "papers" sem o menor sentido. O An Automatic CS Paper Generator (SCIgen) está disponível agora aos que possuem cara-de-pau acadêmica suficiente para testá-lo. Quem se arrisca a comprovar que ainda há quem cai no "lero-lero" científico do programa?!


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