terça-feira, 4 de março de 2014

A retenção como regra nas universidades

À parte a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), que preconiza a educação democrática e inclusiva, o que se vê nas universidades brasileiras é um fantasma que teima em se levantar do túmulo para assombrar estudantes, muitas vezes vítimas de péssimos coordenadores e cursos e das armadilhas postas por professores (e professoras) ao longo do percurso, para que eles (os estudantes) sintam o amargo gosto da derrota: a reprovação. Uma reprovação em alguns cursos cuja disciplina é sempre pré-requisito da outra pode significar, ainda que não se queira, um fantasma ainda mais poderoso: o do jubilamento. Jubilar um estudante é expulsá-lo, no mais das vezes, contra sua vontade, muito embora alguns só demonstrem "querer estudar" após serem desligados. A lógica do desligamento, porém, é administrativa e não pedagógica. Entendo que, em se tratando de uma universidade, deveria prevalecer sempre o pedagógico para além de todas as visões. Ao que parece, no entanto, vigora uma regra a lá Michael Focault, de "vigiar e punir". O problema é mais complexo do que simplesmente expurgar estudantes. E precisa ser enfrentado urgentemente pelas universidades brasileiras.


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