Todas
as vezes que se levanta uma discussão sobre a Pós-graduação no Brasil, dois
pontos são recorrentes: o número de artigos publicados e "as exigências da
Capes". Não me canso de repetir que a Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) não é uma abstração que brotou da mente de
algum iluminado. Tem papel fundamental no patamar que a Pós-graduação alcançou
no País, mas, espelha nossas práticas coletivas e nossas formas de ver a
Pós-graduação Brasil afora. E, infelizmente, estamos com uma visão equivocada
sobre as formas de se medir o valor de um trabalho de pesquisa. O maior
problema que temos hoje é: o que gera desenvolvimento e inovação em uma País é
a pesquisa aplicada, a que volta, a que retorna à sociedade para melhorar a
qualidade de vida. A pesquisa que só gera papers e mais papers, cujo parâmetro
principal é o número de artigos publicados em revistas "Qualis sei lá o
quê" pouco muda a vida das pessoas, logo, da sociedade. É uma pesquisa
feita por pares para pares. Como um País pode mudar a sua base tecnológica se
de cada tese ou dissertação o que mais conta é o número de artigos ou papers? A
política de avaliação atual induz, ainda que não seja essa a finalidade, à
produção desenfreada de papers e só. O número de papers não é o único fator de
qualidade em um processo de avaliação. Se continuarmos com a visão reducionista
atual perderemos o bonde da história e corremos o risco de destruir uma base muito sólida construída
pelo cientistas que vieram antes de nós.
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