segunda-feira, 17 de novembro de 2014

As entrelinhas do preconceito

Por mais que combatamos o preconceito em todos os matizes de suas manifestações, não será tão fácil superá-lo. Ele, ao que parece, está nas entranhas, e não apenas nas entrelinhas, do que fazemos, escrevemos ou dizemos. Todos nós, incluo-me no grupo dos desavisados, ainda cometemos alguns deslizes, que, se levados à cabo, podem nos levar a receber a pecha de preconceituosos. Talvez, como disse, porque o preconceito ainda esteja dentro de cada um de nós, apesar da feroz luta diária para nos libertarmos. Não é simples pois, no mais das vezes, o preconceito é parte da nossa cultura. No machismo ainda predominante, na homofobia que tentamos negar, nas relações diárias carregadas de nuances preconceituosas. Não é raro, por exemplo, ouvirmos a expressão "coisa de mulher", como quase nunca se ouve "coisa de homem". São expressões que relacionam fraqueza à mulher e fortaleza ao homem. Ainda não se conseguiu eliminar o elevador de serviço dos prédios. Discursos homofóbicos ganharam força logo após o resultado das eleições. Assim como houve uma relação aos mais pobres, como se tudo o que houvesse de ruim no País fosse "culpa" dos menos afortunados. O Bolsa Família, na maioria das vezes, foi chamado de Bolsa Miséria. O Bolsa Petrolão não parece provocar a mesma ira. Talvez seja a hora de revermos nossos conceitos e preconceitos. Antes que seja tarde para nós mesmos.


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