Digo, sem receio nenhum de errar, que a Ciência
que se pratica no Estado do Amazonas é baseada em uma espécie de coronelismo,
talvez, até, de barranco. Fincada no pensamento conservador provinciano. É uma
Ciência que se baseia em “você sabe com quem está falando?” Privilégio da
Ciência praticada no Amazonas? Não! Mil vezes não! A estrutura da Ciência
brasileira é assim. Ninguém tem liberdade para ser cientista, para escolher o
que pesquisar. Tudo é determinado pelo sistema, se não de avaliação, mas, com
certeza, o de financiamento. Nenhum estudante de Pós-graduação pesquisa o que
gosta, o que deseja. Para se manter dentro dos parâmetros da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), só pode pesquisar o que o
seu futuro orientador pesquisa. Sem coerência e coesão, a pesquisa não vale
nada ou quase nada. Eis o braço forte da avaliação sobre a Ciência brasileira.
No caso específico da CAPES, além de avaliar, é quem financia. Logo, ou se faz
o que “ela” manda ou não se tem recurso para a pesquisa. No Amazonas, o
governador José Melo (PROS) quer fazer a mesma coisa: interferir na autonomia
científica e “avaliar” a qualidade das pesquisas. É o coronelismo de barranco
misturado com o coronelismo científico levados ao extremo. Não é de hoje que
alerto. A universidade brasileira sofre de um mal quase incurável: a perda da
autonomia consentida. Deixar uma agência de fomento, local ou nacional, definir
o que será pesquisado é o último degrau da subserviência. Demonstra a face do
coronelismo científico preponderante no País.
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