No dia 21, na Coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), em um encontro com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, deu uma aula de história e desancou o presidente da República, Jair Bolsonaro, por participar das manifestações do dia 19 em favor do AI-5. Eis o que disse Virgílio:
"Não podia deixar de condenar o presidente participar de um comício, aglomerando, e ainda por cima tecendo loas a essa coisa absurda que foi o AI-5. Cassou meu pai, Mário Covas, pessoas acima de quaisquer suspeitas, e que serviam o país. É de extremo mau gosto o presidente participar de um comício, insistentemente contrariando a OMS e os esforços que fazem governadores e prefeitos. Bolsonaro toca diariamente nas minhas feridas", disparou. Após ser questionado sobre o número de mortes por Coronavírus, no mesmo dia, Bolsonaro que "não é coveiro". O prefeito de Manaus deu uma nova aula de civilidade e um direto no olho do Presidente: "Queria dizer para ele que tenho muitos coveiros adoecidos. Alguns em estado grave. Tenho muito respeito pelos coveiros. Não sei se ele serviria para ser coveiro. Talvez não servisse. Tomara que ele assuma as funções de verdadeiro presidente da República. Uma delas é respeitar os coveiros", afirmou Virgílio, chorando. Não é para menos, em Manaus, 90% dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) estão ocupados e os mortos são enterrados em valas comuns.
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