quarta-feira, 14 de julho de 2010

Polícia Federal na Ufam

Não discordo totalmente de a Polícia Federal ser chamada para fazer uma Operação de Combate às Drogas ilícitas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A forma como o problema foi encarado e o argumento de alguns estudantes e pais de estudantes, bem como a própria Nota Oficial da Ufam é que foram patéticos. O consumo de drogas não deve ser encarado como um crime comum, que mereça uma operação policial. Muito menos dentro de uma universidade. Politicamente, mais grave que o consumo de drogas é a Ufam ser invadida pelo irmão do atual governador, um professor da instituição ser agredido e nada ser feito. Muito mais graves são os assaltos a mão armada (alguns à mão desarmada). Gravíssimos são os argumentos de que a responsabilidade da segurança é sobre o patrimônio e não as pessoas. O maior patrimônio da Ufam somos nós, professores, técnicos e estudantes. Ligar o consumo de drogas pura e simplesmente à prática de assaltos e outros crimes é uma visão estreita do problema que jamais pode ser admitida dentro de uma universidade. O fundamentalismo reacionário nas universidades brasileiras assusta-me. O episódio da Operação PF também. Precisamos sim, de um programa de combate às drogas, à corrupção, aos pequenos crimes. É fundamental que haja ética na política, inclusive, na política interna da Ufam. Que tal a Polícia Federal, por exemplo, dar satisfações do inquérito que envolve o irmão do governador? Não seria mais interessante, ao invés de prender os consumidores de drogas da Ufam, pegar os tubarões da droga da cidade? Fica o desafio.

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