terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vazios da mente

No dia 20 de novembro de 2010 reencontrei Manoel Dias Galvão no Auditório Dr. Zerbini, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Era um sábado. A Faculdade de Medicina pulsava a pleno vapor com as atividades por ele coordenadas. Particularmente, fui participar do projeto “A psicanálise e o cinema”, coordenado por ele, e que apresentava, naquele dia, a “manhã cultural Padre Luiz Ruas”. O evento teve a participação da professora doutora Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dinara Machado Guimarães. Vimos e discutimos o filme “Oito e meio”, de Federico Fellini. Foi um reencontro memorável com o meu ex-professor Padre Luiz Ruas, com Freud, com Lacan, com Jung. Mais que tudo, foi um encontro com Galvão, na saída do Auditório, pra lá de meio-dia. Sorridente, ele cumprimentou a todos. Fez festa ao me encontrar, como sempre fazia. Galvão é uma mente iluminada, no meio do vazio da parca inteligentsia baré. Uma bala, disparada por um adolescente, teria entrado pelo seu olho direito e transfixado o crânio. Só assim, fisicamente, se poderia atingir a mente brilhante de Galvão e, talvez afetá-la. Esse é o lado mais cruel desta violência contra ele cometida. A bala pode até te levar à morte, Galvão, mas, tuas ideias libertárias não fenecerão.

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