quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

No Amapá, vagas para Medicina não foram preenchidas


Depois que no dia 4 de fevereiro de 2012, divulguei, neste Blog, um fato que virou manchete dos jornais de Rio Branco no mesmo dia, que nenhum dos aprovados para o curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) tinha realizado a matrícula, o site Estadão.com.br divulgou o mesmo fato, dia 06 de fevereiro de 2012. Lá, gerou comentários preconceituosos como este: : “E o Acre existe? Kkkkkkkkkkkk UFAC - universidade federal das ausências concorridas”, que consta da postagem de ontem deste Blog denominada “reações preconceituosas contra o Acre e a Ufac”. Dos comentários que recebi, um me chamou a atenção pelos dados. Não o publiquei, na íntegra, porque era assinado por um “anônimo”. E esse é o critério que uso para não publicar comentários: ser for anônimo, de imediato, a publicação está rifada. Acontece que o comentário aponta um dado interessante. Este ano, das 15 vagas destinadas à Medicina, usando as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), na primeira chamada, nenhuma foi preenchida na Universidade Federal do Amapá (Unifap). Na segunda chamada, somente três das 15 vagas foram preenchidas. De acordo com a de denúncia anônima, no ano passado, na Unifap, as vagas do Sisu para Medicina só foram totalmente preenchidas na sexta chamada. Este ano, candidatos “com notas altíssimas” no vestibular da própria Unifap ficarão de fora, porque 15 vagas foram destinadas ao Sisu. Ao invés de reações preconceituosas, o que se deveria discutir era o procedimento das universidades federais no uso das notas do Enem. A pessoa que me mandou o comentário, certamente, é um dos concorrentes da Unifap, pois encerra dizendo que fica “vendo as mil chamadas de repescagem do Enem, com frustração e indignação”. Reafirmo: essa pedra foi cantada por mim em um debate, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), na minha última candidatura à reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Fui, e ainda sou, frontalmente contra o uso do Enem, pelas distorções regionais que provoca ao tentar promover, forçadamente, “uma concorrência nacional” entre todos os estudantes do País, com o falso argumento de que isso irá melhorar a qualidade do ensino. No máximo, o que o Sisu ressalta, é a vala existente entre o ensino nas regiões Sul e Sudeste em relação às demais regiões do País. E quando acontece de a turma ser preenchida somente na sexta chamada? Um caos para a administração acadêmica das universidades, pois, o semestre termina e os professores ainda estão a receber novos estudantes nas turmas. O não-preenchimento do total de vagas na primeira chamada, em qualquer curso, portanto, é uma característica inerente ao Sisu, principalmente para as universidades do Norte. Não mudará e nem deve criar qualquer tipo de reação preconceituosa. Internamente, no entanto, algo precisa ser feito, pois, é praticamente impossível um professor receber um novo estudante há um mês do término do período, ter como tratar honestamente a situação e aprová-lo. Com o Sisu, amplia-se o “pacto da mediocridade” e instala-se a era da “hipocrisia acadêmica”.

3 comentários:

  1. Coisas da corja petralha. Não conseguem nem copiar direito e ainda detonam o que existe que funciona. Vide ENEM e SISU

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  2. como professora de primeiros periodos, varias vezes e em diferentes instituições, constatei na pele as afirmações muito bem colocadas acima. a orientação "pedagógica" que recebemos em algumas delas é justamente esse pacto de mediocridade, pois alunos que iniciam o curso desde as primeiras aulas, no final do periodo se veêm no meio de uma bagunça instaurada para atender à falta de conteúdo e presençaa de outros alunos que entram nessas repescagens. repetimos aulas agradando uns, desagradando outros, e mesmo assim a dinamica fica a desejar. No final, num momento de desesperada analise da situação constatamos que entre o governo que instaurou esse metodo, entre os alunos que em sua maioria nao priorizam o aprendizado que terão enxergando o diploma mais como um meio do que um fim, e entre a instituição que coloca os ganhos acima da qualidade, estamos nós, os professores que seremos culpados pelos insucessos dos tres.

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  3. A UNIFAP não usa o SISU cara, grande erro aí em.
    A Universidade reserva 50% para quem fez a prova do Enem, porém em um sistema próprio, diferentemente do SISU.

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