sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A tendência de "escolão" da universidades brasileiras


Certa vez, quando o escritor amazonense Márcio Souza chamou a antiga Universidade do Amazonas (hoje Universidade Federal do Amazonas - Ufam) de Grupo Escolar Universidade do Amazonas, provocou uma gritaria geral. Poucos conseguiram, porém, perceber a profundidade do raciocínio de Souza. Hoje, vejo com clareza que, se as universidades se resumirem a seguir as políticas públicas vigentes para a Educação Superior correm o risco de se transformar sim, em meros “escolões”. Uma dessas tendências é a dita “formação para o mercado”, que carrega um viés extremamente mecanicista. A outra é uma reação velada ao que se chama de “produtivismo” nos programa de Pós-graduação. Não sou defensor voraz do processo de “produção” nos moldes que funciona na Pós-graduação brasileira. No entanto, é impossível pensar em professores doutores (pesquisadores, portanto) que não produzem nada. Não considero “coisa do outro mundo” alguém publicar dois artigos por ano. É bem-verdade que o processo de exploração de doutores para a obtenção de recursos e financiamentos para as universidades é intenso. No entanto, não pode mesmo ser chamada de universidade qualquer instituição que, mesmo possuindo cursos de pós-graduação, tanto esses quanto os de graduação, são espaço apenas para aulas. Essas instituições podem ser denominadas “escolões” sem medo. E nem devem reagir se assim forem chamadas.

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