quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O choro dos que nada fazem na Pós-graduação


O título de doutor, para algumas pessoas, parece funcionar como uma espécie de esconderijo, um casulo, uma capa de caracol para esconder a incompetência e a falta de compromisso com a Educação. Dizer que as atividades administrativas e de sala de aula exercidas por um doutor na estrutura das universidades brasileiras impede que se produzam pelo menos dois artigos científicos “de qualidade” por ano é choro dos que nada fazem. Desculpa de quem pode ser muito bom “fazedor”, cumpridor de tarefas, mas, um péssimo pensador, característica essencial a um cientista. É perfeitamente possível a convivência, em um mesmo ser, de um tarefeiro e de um pensador. Acontece que na gradação de valor para o processo de avaliação da Pós-graduação no Brasil, por decisão dos próprios cientistas, cumprir tarefas tem valor inferior a produzir Ciência, inclusive, por meio de artigos científicos e capítulos de livros. Sou contra a produção pela produção. Porém, não considero que a exigência mínima de dois artigos por ano seja algo absurdo nem para quem exerce funções administrativas e ministra disciplinas. Talvez o seja sim, para os metodologistas tradicionais que ao ensinar, não pesquisam e não conseguem praticar a extensão ao mesmo tempo. São professores (e pesquisadores) limitados pelo processo de formação e pela própria visão de mundo. Podem se superar as próprias limitações com trabalho e dedicação. Mas, ficar só no choro sem produzir nenhuma linha não os tornará mais cientistas. Sou frontalmente contra a visão produtivista na Educação, mas nem só de papo vive um pesquisador.

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