Recebi
hoje o telefonema de uma amiga muito querida. Ele queria informações sobre um
curso da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A irmã dela teria de
enfrentar uma missão que parece simples, porém, principalmente depois que
desliguei o telefone, fui avaliar, é muito mais espinhosa do que parece:
liberar o filho para estudar fora ou deixá-lo em Manaus, na Ufam. Com pontos
suficientes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para ingressar em qualquer
curso da Ufam ou de alguma outra universidade brasileira, a Tia dele me pedia
ajuda para tentar decidir se o rapaz, de 18 anos, iria para o Rio de Janeiro,
Fortaleza, ou ficaria em Manaus. Tecnicamente, sem sombras de dúvidas, para o
curso que o rapaz escolheu, melhor seria o Rio de Janeiro. No meu entendimento,
a segunda opção seria a Ufam e a terceira, quem sabe a Federal do Ceará. A
amiga, porém, contra-argumentou: “No Rio, tem a questão da violência”. Passei a
entender que uma decisão dessas não depende apenas das questões acadêmicas e
técnicas. Das possibilidades que um curso pode oferecer de “plus” na vida de
uma pessoa. Há que se levar em conta, sim, o ambiente externo, a cidade. Uma
decisão dessas é complexa. Tem de ser tomada a partir da análise de uma
combinação de fatores. Fiquei a imaginar se fosse um filho meu. De 18 anos:
solto no Rio de Janeiro. E se, com toda educação que recebeu de mim e da mãe,
fosse vítima de uma bala perdida? Será que eu me perdoaria, apesar de,
convictamente, defender a liberdade plena do ser humano? Não tenho resposta pronta.
Só sei que o Sistema de Seleção Unificada (SIsU) criou mais esse saudável
problema para os núcleos familiares. Neste caso específico, é pouco provável
que eu tenha como ajudar alguém a tomar uma decisão. Particularmente, quando a
complexidade tem essa magnitude, deixo-me guiar pela intuição. É pouco
científico. No mais das vezes, porém, funciona.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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