Talvez
tenha sido ingenuidade demais da minha parte, ou, quem sabe, fui afetado pelo
espírito natalino, ao escrever, no dia 22 de dezembro de 2013, neste mesmo
espaço, a postagem "As
relações no ambiente universidade", e ter sonhado que a escolha do
reitor ou da reitora da Ufam, agora em 2013, seria enfim, uma disputa de
propostas e ideias. Desde o momento que a atual reitora, Márcia Perales Mendes
Silva, anunciou que seria candidata à reeleição, houve uma reação tão indignada
e odiosa de parte do grupo que a apoiou na primeira eleição que beira o linchamento moral. Há um trabalho contínuo,
feito diuturnamente, que se assemelha a um comportamento obsessivo. É como se
fosse uma questão de honra (a mim me parece uma questão de extrema desonra) ser
o "senhor de todas as batalhas". Algo do tipo: ganho, e ninguém mais
pode ganhar, qualquer consulta na Ufam enquanto eu for vivo. Após definirem uma
candidatura que une o antigo reitor, Hidembergue Frota (antes acusado por
grande parte dos membros do PT de ser PSDB), ao Partido dos Trabalhadores (PT),
pelo que se recebe de telefonemas, é como se um "call-center" tivesse
sido montado com o único objetivo: destruir reputações. Em duas disputas pela
reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), fui vítima de sórdidas
campanhas, baseadas em vilanias e maledicências típicas da canalhice de
predomina entre alguns pares na Instituição. Terminei derrotado nas duas, mas,
saí delas com uma convicção: combaterei diuturnamente, qualquer tipo de
campanha, de chefe de departamento a reitor, que seja baseada no ataque pessoal
(inclusive no ataque à família, como o fazem agora). Quero posições claras
relativas, por exemplo, ao modelo de universidade que, afirmo e reafirmo, foi
implantado nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, refinado nos dois
mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e, aprofundado nos primeiros anos do
Governo Dilma Rousseff. Temos o direito de saber o que pensam os candidatos a
reitor sobre o uso desregrados dos recursos e equipamentos da universidade, que
é pública, para a "prestação de serviços". É fundamental que deixem
claro qual a posição, dos candidatos e dos grupos que representam, quanto à
falta de condições de trabalho e a expansão desenfreada que, se ampliou vagas,
ampliou, na mesma proporção, a necessidade de verbas para manutenção e custeio,
que não vieram. Não posso aceitar que, às escuras, se viva como se fossem
operadores de call-center a tentar apoio baseado na destruição do outro (ou da
outra). Essa obsessão desmedida por destruir o outro me fez lembrar da tragédia
ocorrida com a família Belota, quando, com requintes de crueldade, pai, tia,
prima e até o cachorro da família foram trucidados. Não será o linchamento
moral que se pratica hoje dentro da Ufam tão ou mais violento e chocante que o
crime ocorrido na cidade? Não posso crer que sejamos exemplos para ninguém,
muito menos para a sociedade, se aqui, intramuros, praticarmos uma espécie de Ultimate
Fighting Championship (UFC) da Ufam. E o que é pior. Um UFC sem nenhuma regra
mínima de respeito ao adversário. Terminada a consulta, vença quem vencer,
seremos professores e técnicos a compartilhar com estudantes um ambiente no
qual vale até golpe no fígado? Que sejamos menos obsessivos, menos doentes e
mais respeitosos e dignos com todos os nossos pares. Que a disputa pela
reitoria da Ufam não seja um UFC de décima quinta categoria é o que defendo.
Ainda que, por mais que haja idolatrados e idolatrantes do UFC nos quatro
cantos do planeta, eu não veja nenhuma luta. A mim me parece o nosso retorno à
barbárie como civilização. É dever dos membros dignos da comunidade da Ufam
lutar para que a consulta não se transforme em um UFC no qual mutilar o outro
seja a regra básica.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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