Entendo
que os cursos de jornalismo das universidades brasileiras, públicas ou
particulares, precisavam, definitivamente, desfazer o mito de que jornais
"publicam verdades". Em quaisquer dos meios (Jornal, Rádio ou Tv),
jornalistas não trabalham com fatos, como muitos pensam e se orgulham em dizer.
Jornalistas tornam públicas versões, mas acreditam piamente, e sentem orgulho
em proclamar, que publicam fatos. Esquecem que ao ouvirem "os dois
lados", publicam duas versões diferentes sobre o mesmo fato. Sem contar a
própria versão que o jornalista dá ao fato a partir das versões ouvidas. No
mais das vezes, sem que esteja presente ao local do fato descrito em boa parte
das notícias publicadas. Essa espécie de "nota introdutória" é
fundamental para se afirmar que, não apenas em grandes tragédias, mas, em
qualquer das notícias publicadas, o jornalista corre sempre o risco de publicar
versões altamente distantes dos fatos. Ensino aos meus estudantes de jornalismo
da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que não existe verdade. O nosso
desafio de jornalista é buscar versões maximamente próximas do fato. Não
significa, porém, que tenhamos certeza absoluta de que as versões se aproximam
do que é o fato de fato. O jornalista reconhece as limitações da profissão. O
bom professor de jornalismo não ilude futuros jornalistas. Todos temos, porém,
de reconhecer que, apesar das imperfeições intrínsecas à profissão, o mundo
seria muito pior se notícias fossem proibidas de circular, de serem publicadas.
Mentem, descaradamente, porém, os meios de comunicação que afirmam publicar
verdades. Corra às léguas desses pois, certamente, estão a te enganar.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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