Na
minha última aula de Fundamentos de Administração, do curso de Jornalismo da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que ocorre, neste período letivo,
sempre às quintas-feiras, abordei o tema da Comunicação Eficaz e suas relações
com o Gerenciamento da Informação e da Comunicação nas Organizações modernas.
Trata-se de um tema que, particularmente, me interessa muito e, inclusive, é
meu objeto de pesquisa, bem como, é o que se pode chamar de espinha dorsal do
Programa de Mídias Digitais da Universidade Federal do Amazonas (ECOEM/UFAM). Para avançar no assunto, em
sala de aula, explico o que a Comunicação eficaz, portanto, "na visão do
professor da Universidade de São Paulo (USP), Izidoro Blikstein, no livro
“Técnicas de comunicação escrita”, da Ática, de São Paulo”, é “tornar comum”,
“persuadir” e “produzir respostas”. Tornar comum, do ponto de vista da
Comunicação eficaz seria partilhar ideias com as demais pessoas; produzir
resposta e receber de volta quilo que espera. Persuadir, no entanto, não
significa que, em nome de um fim, os meios a serem usados sejam completamente
despidos de respeito e dignidade. Não se pode, em nome do avanço da Ciência,
desconhecer o respeito que se deve ter à dignidade da vida humana, por exemplo.
Assim, como em uma campanha para a escolha dos dirigentes das Instituições, não
se pode usar meramente da manipulação para se obter votos. O que tenho visto,
nos corredores e nas tentativas de convencimento vindas dos "Operadores de
Call-Center" de alguns candidatos é o tipo de comportamento mais torpe,
vil e desumano: o da tentativa de destruição completa de qualquer traço de
mérito e de dignidade do outro (ou da outra) para ocupar o seu lugar. Do
cientista que não tem problemas de "leveza de caráter", espera-se
comportamento ético, na pesquisa e fora dela. Como confiar, que alguém é digno
se, ao sair do laboratório, ou sala de aula, comporta-se indignamente? É
preciso fazermos a diferença clara entre os verbos manipular, persuadir e
convencer, para saber qual o verdadeiro papel da Ciência e do cientista, na
sala de aula, nos corredores, na Ufam, e, mais além, na comunidade. Nem todos
os dicionários fazem essa diferença proposta. Muitos deles tratam os três
verbos como se fossem sinônimos. Mas, não o são. O Pequeno Dicionário da Língua
Portuguesa, de Luiz Anttonio Sacconi, é cirúrgico nas
definições:"manipular é 1 controlar ou operar com as mãos; 2 Influenciar
ou dirigir (inescrupulosamente) pessoas, para obter o que delas se deseja.
Persuadir é levar (alguém) a aceitar coisa diversa daquela que inicialmente
desejava e convencer é levar (alguém) a reconhecer uma coisa mediante provas
cabais e terminantes". Dentro de qualquer universidade, espera-se que a
meta seja sempre o convencimento. Portanto, "levar alguém a reconhecer uma
coisa mediante provas cabais e irrefutáveis". O que se pratica nos
corredores ou às escondidas, é a manipulação cretina e torpe, vil e desonesta,
na acepção mais nojenta, dicionarizada por Sacconi para o termo manipular:
"2 Influenciar ou dirigir (inescrupulosamente) pessoas, para obter o que
delas se deseja." Este será o critério fundamental que usarei para decidir
tanto em quem votar quanto em quem não votar no processo de consulta para a
reitoria da Ufam. Quem me convencer, leva meu voto. Quem, no entanto, tentar a
cretinice de me manipular, terá, não só durante o processo, mas, ao longo da
minha vida daqui para a frente dentro da Ufam, os meus nojo e asco.
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