O
Ministério da Educação (MEC), em alguns casos, é o algoz de si, pois, se torna
o principal responsável por jogar no lixo a credibilidade do processo de
avaliação da Educação Superior brasileira. Se não, vejamos! No final do ano
passado, o Ministério divulgou uma lista de 200 Faculdades, Centros Universitários
e Universidades que, por terem obtido notas baixas no Índice Geral de Cursos
(IGC) entre 2008 e 2011, seriam impedidas de realizar novo vestibular este ano.
Agora, divulga uma nova lista com 112 das 200 que apresentam "tendência
positiva", portanto, poderão ser liberadas das sanções e, com isso,
realizar processos seletivos para a entrada de novos estudantes. Acontece que,
na escala de 1 a 5, somente seis instituições passaram da nota 1 para a nota 2.
No caso das demais, todas sofreram variações positivas de casas decimais. Há
uma Faculdade de São Paulo, por exemplo, que elevou o IGC de 1,90 para 1,91. Cá
entre nós, meus queridos leitores e leitoras, dá para considerar uma faculdade
dessas que, de 2008 a 2011, ou sejam quatro anos, elevou o patamar em um décimo
para mais como uma Faculdade de "tendência positiva"? Quem passa de
IGC 1 para IGC 2, em quatro anos, sim, apresenta a tal tendência positiva
apontada pelo MEC, mas, quem muda casas decimais em quatro anos efetivamente
não muda nada. Quando o MEC aceita esse tipo de variação e considera quem sobe
um ponto igualmente a quem sobe um décimo, no fundo, não pratica a avaliação.
Apenas mede. E mede muito mal. Porque, convenhamos, é preciso muito esforço e
muita boa vontade, coisa que o MEC sempre tem com as particulares, para
considerar que quem muda de 1 para dois é igual a quem muda de 1,90 para 1,91.
Ao transformar essa prática em regra, o MEC joga contra si e indica o brejo
como a tendência da qualidade da Educação superior no País. E isso interfere
diretamente nos índices de qualidade dos demais níveis da Educação brasileira.
Uma lástima!
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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