Fico
profundamente irritado com estudantes que mal entram nos cursos da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam), não completam nem o primeiro ano de vivência
acadêmica (quando vivenciam) e começam, insistentemente, por onde passam,
inclusive nas Mídias Digitais, a desfazer tanto da Ufam quanto do curso para o
qual foram aprovados. Não sou daqueles que, por ser professor da Instituição,
consideram que nada deve ser dito contra ela. A crítica é essencial para a
melhoria da própria vida. A crítica pela crítica, porém, a nada leva. Temos
espaços democraticamente construídos dentro da Ufam que correm o risco de
desaparecer justamente porque a participação, principalmente de estudantes, é
ínfima, quase nenhuma: os representantes são até eleitos com muito custo, mas,
desaparecem a partir das primeiras reuniões. Ao que parece, esses meninos e
meninas entram na universidade como se lá fosse o divã do mundo e pudesse
suprir todas as carências, tanto deles quando da própria família. A classe média
brasileira, ao invés de educar para vida, tende a treiná-los para ingressar na
universidade. As mais famosas escolas de Ensino Médio reproduzem esse mesmo
desejo dos pais das classes média e alta: de os filhos entrarem na universidade.
É como se vida não houvesse fora dela. Vida há! E os membros do núcleo
familiar, como os pais, por exemplo, são os responsáveis por construir valores
para a vida. E o maior deles é o respeito ao outro, seguido pelo valor das relações
em grupo, advindas do primeiro. Atualmente, por exemplo, a maior dificuldade
que nós, os professores e professoras, enfrentamos é a realização de trabalhos
em grupo: os estudantes foram educados para viver e tudo fazer individualmente.
Uma sociedade na qual o indivíduo só sabe olhar para si e para o próprio umbigo
não se sustenta. Não constrói o essencial que é, justamente, o respeito ao
outro, às diferenças. E é pela falta de valores básicos construídos ao longo do
tempo que muitos estudantes ingressam na universidade a imaginar que ela tem
potencial para solucionar todos os seus problemas (individuais e coletivos). A
Ufam não é pronta e acabada. É uma construção ao longo dos anos, de
professores, técnicos e, principalmente, estudantes. Quem, depois que entra,
quer logo sair e não faz nada para mudá-la, para melhorá-la, padece de um
individualismo tacanho que mata a vida em sociedade. E esse é um tipo de valor
que a universidade não consegue mudar apenas no transcorrer de um curso.
Precisa ser trabalhado no núcleo familiar para ser perene, ou seja, durar ao
longo da vida.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!
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