sábado, 7 de dezembro de 2013

Educação brasileira: bancária e cartorial

Em tempos idos, o educador Paulo Freire levantava seu cetro contra o que considerava "educação bancária": aquela baseada apenas na pedagogia da transmissão de conhecimentos. E se assim o era, portanto, centrada única e exclusivamente no professor como Senhor do Conhecimento. Avançamos pouco em relação ao que tanto reclamava Paulo Freire e ainda pioramos: ganhamos mais um adjetivo para o processo, cartorial. Isso mesmo, em tempos de Sociedade do Conhecimento, o Brasil, no campo da Educação, optou por ser uma ilha, fechada em torno dos certificados  não do conhecimento. Da educação Básica à Superior, o que se tem é um sistema de medição (e não de avaliação) somativa, mas, não cumulativa. E somativa apenas como a soma das notas e dos certificados obtidos e não cumulativa, como, o acúmulo do conhecimento (ou mesmo das notas), obtidas ao longo do tempo. Trata-se de uma opção pedagógica pela lentidão e não pela agilidade. Somos reféns dos cartórios paralelos criados pelas profissões e seus órgãos representativos (conselhos) e, ao que parece, o Ministério da Educação (MEC) não tem nenhuma vontade política de enfrentar as corporações e efetivamente mudar a Educação no País para que passe a ser baseada no conhecimento e não no número de certificados e na vontade das categorias profissionais que só defendem a reserva de mercado das profissões e não o avanço do conhecimento e da Ciência.


Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.