Ouvi
e li boas referências sobre o filme "Luiz Gonzaga - De pai para
filho", de Breno Silveira, com roteiro dele e de Patrícia Andrade. Não fui
um dos mais de cinco milhões de espectadores a assistir "Dois Filhos de
Francisco", de 2005, estrondoso sucesso de bilheteria entre os filmes
brasileiros. A história da dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano nunca me
apeteceu. No caso de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha era diferente. Esperava uma
oportunidade para ver o filme. E ela apareceu às vésperas do Natal, hoje, dia
24 de dezembro de 2013. E me fez usar este espaço afeito às discussões sobre
Educação para voltar a um gênero que abandonei há tempos: a crítica de cinema. Nas
férias escolares dos meus filhos desenvolvi o hábito de ficar até altas horas a
ver filmes e discuti-los com eles, principalmente com a minha filha. Há pouco,
ao "zapear" pelos canais encontro o que desejava ver. "Luiz
Gonzaga - De pai para filho", embora não seja propriamente profundo como o
poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, termina
por nos conduzir ao universo do retirante nordestino que busca, no Rio de
Janeiro, vida melhor. Gonzaga perde um pouco da profundidade ao ser retratado
como uma espécie de D. Juan de Meia Tigela, ou até de tigela inteira. Se nos
apresenta como o estereótipo do nordestino mulherengo, no fundo, um traço do
machismo que ainda perdura tanto por lá quanto pelas bandas de cá. O filme é
envolvente por desnudar a relação conflituosa de anos entre Luiz Gonzaga, o Rei
do Baião, e o seu filho adotivo, Gonzaguinha, que consegui vencer os maus
tratos da madrasta e do próprio para e se transformar em um dos maiores nomes
da Música Popular Brasileira (MPB). Resistência ao Regime Militar, motivo que
levou o pai a destruir seu violão e ele a se libertar das amarras do pai e da
madrasta depois de vencer a tuberculose, fizeram de Gonzaguinha um nome
respeitado. Intensas relações conflituosas "De pai para filho" e de
filho para pai marcam o filme. Comovente, profundo e extremamente apropriado
para uma noite de Natal caso a reflexão seja o tempero mais importante para a
data. Como retirante acreano que se fixou em Manaus, o filme me tocou
profundamente. Além do quê, foi revelador desvendar um pouco da história de um
dos meus ídolos da MPB, Gonzaguinha.
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