quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Jogos vorazes educacionais

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é uma tentativa brasileira de ter uma ferramenta de avaliação de estudantes similar ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Qualquer semelhança não será mera coincidência. O Pisa é uma exame aplicado a jovens de 15 anos, de todo o mundo, a cada três para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O exame mede o desempenho dos estudantes em leitura, matemática e ciências. Para fazer diferente e ajudar a eliminar os problemas que as universidades tinham com a anulação quase que permanente dos antigos vestibulares, o MEC criou o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), com base nas notas obtidas no ENEM. Antes, o SiSU contava com seis opções para os estudantes escolherem em quais Instituições queriam estudar. Pensado inicialmente para auxiliar o estudantes no exercício da escolha, o Sistema ruiu em função das própria voracidade humana: o SiSU foi transformado em uma espécie de "Jogos vorazes educacionais". Com tantas opções, os estudantes deixaram de exercer o direito de escolha e passaram a optar por ingressar nas universidades, mesmo que não fosse o curso que gostassem, para se preparar para o curso da sua vida. As seis opções foram transformadas em duas. Ainda assim, o jogo perdeu a característica de ser um espaço para o exercício da cidadania acadêmica e da escolha de uma formação para o mundo do trabalho: hoje também é uma forma de se ingressar em cursos menos concorridos. Com isso, as universidades passam a ser usadas como se fossem cursinhos preparatórios de luxo.


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