É
aparentemente muito simples expressar o que se pensa. Uns os fazem por meio de
músicas, poemas, quadros. Dizer algo, contar uma história, por meio da fala, é
o que se convencionou chamar de "expressão oral", da mesma forma que
fazê-lo, ao se escrever, é a "expressão escrita". Expressão o que se
diz com o auxílio de gestos, desenhos e a arte cênica não parece tão difícil.
Expressar o que se quer dizer, de forma escrita, porém, é, sem dúvidas, um
problema quase intransponível. É preciso ter a capacidade de se colocar do
outro lado, na condição de leitor. Esse não tem, digamos, um HD exatamente
igual ao de quem escreve. Roland Barthes chamava essa aproximação de "grau
zero da comunicação", algo plausível em tese, porém, impossível de
acontecer na prática. Afinal, como se chegar a um ponto no qual o que uma
pessoa pensa seja exatamente igual ao que a outra também pensa? A norma culta
tenta provocar, artificialmente, essa aproximação. Os que possuem condições
sociais de ter pleno acesso a ela (norma culta) passam em concursos públicos
com facilidade, ingressam em universidades, enfim, abrem as portas para uma
vida melhor. A norma culta, na prática, é uma barreira, uma divisória, uma
marco entre os que conseguem ou não elevar o padrão de vida. Criar
oportunidade, promover a inclusão é ensinar as pessoas a escrever de acordo com
o padrão, com a norma culta. Só assim se promoverá a inclusão social por meio
da Educação.
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