Há
mais um ponto que muito me incomoda nas universidades brasileiras: é o
posicionamento coletivo, em nome da autonomia universitária, de se rasgar
completamente as leis vigentes no País. Ao que sei, e que me é comumente informado
pelos advogados que conheço, a nenhum gestor é dado o privilégio de agir à
revelia da Lei. Se um Conselho Superior leva um gestor a tomar uma decisão à
revelia da Lei, ao meu humilde entendimento, também deveria ser coletivamente
responsabilizado. Porque é fácil demais. Quase uma irresponsabilidade,
esbravejar, nos Conselhos, a favor da autonomia universitária, mas, deixar ao
gestor o ônus das decisões. Se o fato ocorre entre os colegiados superiores das
instituições, mais ainda, no demais colegiados que, em função do "processo
democrático" de tomada de decisões, entendem, por extensão, que tudo o que
for decidido, inclusive, nos colegiados de curso, é soberano. Trata-se de um
erro crasso se essas decisões forem tomadas à revelia da Lei. Ao entender que a
autonomia está cima da Lei, colegiados e conselhos terminam por fragilizar as
próprias Instituições e expor contumazmente seus dirigentes maiores.
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