segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O gestor Pilatos e a democracia aguda

Na Educação brasileira há um mito que não se sustenta por meio segundo: o de que basta ser escolhido pela comunidade para se tornar, imediatamente, um bom gestor. Gestão é muito mais que se aplicar os quatro pilares da administração: planejamento, organização, controle e decisão. Por princípio, defendo que se deve ser o mais democrático possível. A Democracia levada ao extremo no processo decisório, como se defende cegamente na Educação, no entanto, assusta-me pelo exemplo histórico de causar arrepios em função da injustiça que se cometeu. Pilatos, o juiz, o gestor, o tomador de decisões, investigou tudo o que pôde sobre uma figura conhecida da humanidade até os dias atuais: Jesus de Nazaré. Não encontrou uma mancha sequer na vida de Jesus que pudesse incriminá-lo. Como juiz, e usando o poder discricionário que tinha, era dever moral de Pilatos salvar Jesus da cruz. O que fez? Por pura irresponsabilidade e falta de zelo com o cargo que ocupava, transferiu ao "povo" a decisão de crucificar ou não Jesus. Deu no que deu! Um gestor público que lava as mãos, que não toma decisões e que mantém colaboradores incompetentes é um Pilatos às avessas. Pilatos foi o responsável pelo que convencionei denominar "democratite aguda", ou seja, um processo de inflamação quase incurável da Democracia. Manter incompetentes ao redor equivale a lavar as mãos e deixar Jesus morrer crucificado. É nosso dever de gestor público manter sempre a saúde da Democracia.


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