Quanto
mais acompanho discussões em torno do processo de formação nas universidades e
instituto federais, mais tenho a convicção que, via de regra, não se discute o
processo de aquisição do conhecimento, mas sim, a reserva de mercado e o
interesse corporativo das categorias profissionais. E o que me parece mais
nocivo é um profissional vestir-se de professor, porém, ao invés de se
transformar em educador, passa a professar os interesses da categoria à qual
pertence. Para além do espanto, é incompreensível que a universidade
brasileira, numa espécie de intervenção consentida e facilitada pelo
profissionais que representam os interesses das categorias profissionais dentro
das universidades, aceite regras impostas por Conselhos Federais, Estaduais,
Ordens e quetais. Curvar-se cegamente às regras impostas pelas agências de
fomento é algo extremamente contestável, no entanto, talvez aceitável. Embora
seja uma posição que só se sustenta com base na máxima (capitalista) de que
quem paga pode e deve fiscalizar a forma como os recursos são gastos, bem como
estabelecer as regras de como utilizá-los. Digamos que põe o guizo quem pode e
gato inteligente não deixa de aceitá-lo. Deixar, porém, que as categorias
profissionais, por meio das suas entidades representativas, determinem até o
modo como se deve pesquisar e a carga horária mínima dos cursos ministrados nas
Instituições, se não é acintoso, é, no mínimo, uma subserviência consentida que
nenhum de nós poderia admitir. Uma universidade não reconhecer o diploma
emitido por outra universidade é até admissível. Uma categoria profissional não
reconhecer o título (ou o diploma) emitido por uma universidade talvez seja o fim
dos tempos preconizado pela Bíblia Sagrada.
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