A discussão
provocada pelo projeto de Lei do deputado federal Jean
Wyllys(PSOL-RJ) que "regulamenta o trabalho dos profissionais do
sexo" tem como pano de fundo não apenas o preconceito secular em relação a
este tipo de atuação profissional, mas também, a própria crença popular de que
uma profissão só é digna se for regulamentada. Perde-se de vista a questão
social e descamba-se para a questão coorporativa. Não demora, e já se começará
a discutir a "formação profissional", para, em seguida, se criar um
curso de graduação ou de tecnólogo em sexo. Para, em seguida, o Conselho
Federal dos Profissionais do Sexo passar a fiscalizar o exercício legal da
profissão e retirar das ruas quem não possuir a carteirinha expedida por ele.
Na ânsia de se proteger e "dar dignidade" aos profissionais, corre-se
o risco de se burocratizar o exercício profissional ao extremo. Insisto que o
exercício de uma profissão não ganha dignidade apenas por ser regulamentada ou
por fazer parte da estrutura cartorial da emissão de diplomas da Educação
brasileira. A discussão sobre a dignidade ou não de uma profissão não pode ser
simplificada no fato ser uma profissão regulamentada (ou não). Talvez o momento
seja exatamente de se desregulamentar profissões, como fizeram com o jornalismo
e não de se criar cartórios e mais cartórios dirigidos pelas categorias
profissionais.
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