sábado, 17 de janeiro de 2015

A dura lição de uma execução

Tudo o que o Governo brasileiro pôde fazer foi feito, mas, o Governo indonésio não perdoou o amazonense, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, que foi executado na madrugada de hoje. Confesso, não falei nada sobre o assunto até hoje porque, no fundo, ainda me estarrece que a pena de morte exista no mundo atual. Sou permanentemente contra, esteja brasileiro ou não envolvido porque, acima de tudo, creio que a vida é a dádiva mais preciosa que nós, os humanos, ganhamos de Deus ou de uma força maior, para os que não creem. Há, porém, uma questão crucial nesta execução: o respeito às leis do País que o executou, cruéis, ao nosso olhar, mas, exemplares, ao olhar deles. Eis a grande contradição do processo educacional: o respeito ao outro, pode ser País, cultura, seres. Há uma complexidade muito maior do que a execução, por fuzilamento, de um ser humano. Ao entrar no País, o brasileiro não sabia do rigor da Lei? Correu o risco calculadamente? Ou não tinha ciência do perigo que corria? Vi uma das fotos de Archer. Olhar profundo, no horizonte. Talvez, só antes da morte, consciente do erro. Como pai, que ama profundamente o filho, por mais que tenha errado, também pediria clemência. E peço, mesmo que não tenha mais jeito. Mas, tenho de voltar os olhos para os habitantes da Indonésia. E me vejo diante de uma contradição: as faces e a dura lição de uma execução. Educar para a vida e para o respeito não é tão fácil quanto parece!


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