A professora Maria Luiza Cardinale Baptista, ao
participar da Banca de Qualificação de Doutorado de do professor Elias Farias,
no Programa de Pós-graduação Em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) disse
uma frase marcante: “devemos ser mais generosos com o leitor”. Na visão dela,
ser mais generoso com o leitor é tornar o texto científico mais inteligível, inclusive,
com um número maior de notas explicativas para que o leitor comum,
efetivamente, entenda o que se quer dizer. Desde 1998, quando lancei o “Guia
para a elaboração de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses”, defendi que o
texto científico precisava ser, digamos, mais “quente”, conforme a
classificação de Marshal McLuhan. Portanto, não só concordo com a professora
Maria Luiza, mas também, vou além. Creio que a generosidade não deve ser apenas
textual, nós, professores e professores, na mesma direção, devemos ser
extremamente generosos com os nossos estudantes. Não podemos partir do pressuposto
de que, “se ninguém falou nada” é porque todos entenderem tudo. Trata-se de um
engano até mesmo na Pós-graduação. Como bem define Ivani Fazenda, somos frutos
da “escola do silêncio”, na qual o estudante não fala por receio de contraria o
professor ou por temer ser ridicularizado pela própria turma. Na “escola do
silêncio”, o mais provável não é “quem cala consente” e sim, “quem cala não
entende”. Ser mais generoso com os estudantes, portanto, é insistir, dar novos
exemplos, fazer novas conexões até que saia da sala de aula com a certeza de
que dúvidas não restarem sobre o que se quer dizer. Caso contrário, tudo estará
muito claro do lado de quem disse, o professor ou professora, e, talvez, extremamente
obscuro para os estudantes. Um pouco de generosidade, nada a mais, pode
provocar uma revolução na Educação brasileira.
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