Não creio que a gestão das universidades brasileiras seja exclusividade de doutores. O fato de obter um título desses não credencia a pessoa nem para ser professor de Metodologia, o que se dirá para exerceria reitoria! Gerenciar qualquer organização não é tarefa eminentemente técnica, assim como não é a titulação que faz o gestor ser melhor ou pior para os destinos de um governo ou de uma empresa. O mérito acadêmico, que muitos defendem, não passa de mais uma forma de se criar “reserva de mercado”. Fosse o título essencial para alguém exercer o cargo administrativo, Luiz Inácio Lula da Silva não seria presidente do Brasil. O cargo de reitor, em uma universidade, não é apenas técnico. É político! É para quem tem habilidade de gerir pessoas e seus talentos. Um técnico ou um profissional da área podem sim gerir uma universidade: por que não? Até admito que o título de doutor seja um dos critérios, mas, não deve (nem pode) ser o único determinante. Sem afeto e sensibilidade para compreender, inclusive, que, passadas as eleições (no caso das universidades), a organização é mais importante que as picuinhas pessoais, o título de doutor (ou doutora) não passa de mais um penduricalho. Mais que tudo, é preciso ter uma visão ecossistêmica do funcionamento da instituição e ser capaz, de, teoricamente, compreender a complexidade das inter-relações envolvidas na teia administrativa. Sem isso, o amadorismo e as relações de amizade sobreporão os interesses institucionais. E isso gera o principal problema da falta de profissionalismo: interesses pessoais acima dos interesses da coletividade, algo inadmissível em tempos modernos.
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