Muito além do que analisamos ontem, neste mesmo espaço, ao lançar o programa de mobilidade acadêmica internacional, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante (PT-SP), como bom político que é, tascou, sobre as 100 mil bolsas: “... as chances serão iguais. Tanto o filho do ministro quanto o filho do trabalhador poderão concorrer.” Trata-se de extremo populismo por parte do Ministro que, no entanto, consegue enganar grande parte das pessoas. Quando o governo se dispõe a distribuir 100 mil bolsas e sustenta que as “chances” serão iguais, esconde que há uma vala descomunal entre “o filho do ministro” e o “filho do trabalhador” no processo de aprendizagem. As chances só seriam iguais se “os dois filhos” estudassem na mesma escola, fato que não ocorre. Como o filho do ministro estuda em uma escola de melhor qualidade, dificilmente o filho do trabalhador terá o mesmo desempenho dele. Logo, não passa de balela dizer que as chances são iguais. É preciso lembrar ao ministro que Educação é um processo que envolve o ser humano por inteiro. Como cada ser é diferente do outro, não se consegue educação padronizada. Políticas públicas que tratam diferentes como se fossem iguais tendem a alargar a vala que os separa. Discursos populistas como o de Mercadante só servem para encobrir essas diferenças.
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