quarta-feira, 27 de julho de 2011

Esperteza a se combater

É claro e evidente, com o universo on-line aos nossos pés, que o uso de templates, ou seja, modelos, passou a fazer parte do cotidiano. No entanto, as universidades brasileiras jamais podem admitir esse tipo de prática, muito menos nos Programas de Bolsa de Iniciação Científica (Pibics). O primeiro esclarecimento é que os projetos dessa modalidade são dos estudantes e não dos professores. Acontece que há professores, que se consideram mais inteligentes que os demais, incentivando estudantes a participar desses Programas em projetos próprios. Possuem um projetão, que denominam “guarda-chuva”, e “jogam” estudantes embaixo desse guarda-chuva. Não vejo isso com muito bons olhos, mas, até aceito, desde que seja feito de forma realmente inteligente. É impossível admitir, porém, que o mesmo projeto, sem mudar vírgula nenhuma, seja apresentado com o argumento de que cada estudante se debruçará sobre o mesmo objeto de pesquisa, porém, com “olhares” diferentes. Aceitar esse tipo de prática, principalmente em projetos de Iniciação Científica é, no fundo, incentivar, desde a universidade, o uso de mão-de-obra qualificada pelos professores em benefício próprio (do projetão) e, mais que tudo, dar vazão a comportamentos éticos nada aceitáveis. Admitir que três estudantes pensem da mesma forma sobre o mesmo objeto, com as mesmas fundamentações teóricas é pasteurizar a Ciência e transformá-la em um produto na linha-de-produção de qualquer fábrica. Isso é inaceitável. É matar a Ciência. É massificar a atividade intelectual humana mais sagrada: a descoberta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.