O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante (PT-SP), lançou, com pompa, o programa governamental de 100 mil bolsas de mobilidade acadêmica internacional. Nada contra; porém, a forma como se faz as coisas no Brasil é equivocada. Posso estar enganado, porém, esse modo de promover “a concorrência” entre os estudantes de graduação não passa de mais um duro golpe, indireto, é claro, no orçamento das universidades brasileiras. Essa verba deveria ser destinada às universidades para investir em promover a mobilidade de acordo com as áreas estratégicas para cada universidade e respectiva região. Enquanto o foco da distribuição de verbas não levar em conta as questões pedagógicas envolvidas, decisões serão tomadas de cima para baixo e caberá às universidades gerenciar, sem recursos e sem pessoal, a execução das ideias de algum iluminado de Brasília. Quem vai, efetivamente, operacionalizar a seleção dos 100 mil bolsistas? É mais um ônus para as combalidas das universidades brasileiras que, recebessem os recursos necessários para serem de ponta, não precisariam de bolsas para isso, pois, a mobilidade faria parte da proposta pedagógica de forma natural.
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