Educar é um ato ousado de lutar contra nossas próprias convicções, paradigmas e formas de olhar o mundo. Atravancamos o progresso, inclusive mental, com nossas ideias e modos de ver. Fico a imaginar o que seria da humanidade se todos ainda vissem a realidade como as viam meus avós e meus pais? No processo de aprendizagem somos obrigados a nos reinventar a cada dia, hora e minutos. Somos uma máquina de moldar cidadãos. De transformá-los em crentes no modelo capitalista de olhar as relações: sempre como um acúmulo de riquezas. É como se não houvesse vida além do capital. O libertador que existe, principalmente em cada professor universitário, não passa de uma caricatura. É um papel que consideramos exercer muito, exatamente no papel. Na prática, somos arautos da acumulação, inclusive de conteúdos, como o único caminho para a bem-sucedência. Somos tradicionalistas ao extremo porque, talvez, na nossa utopia coletiva não haja lugar para se pensar em uma sociedade mais justa e mais humana. Perdemos a capacidade de sonhar. E isso se reflete na nossa práxis. Será que venceremos o mostro da letargia e da prisão paradigmática?
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