O que
todos os reitores e reitoras das universidades federais brasileiras sabiam,
mas, alguns (ou algumas) não tinha coragem de admitir, a reitora recém-eleita e
empossada da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a
farmacêutica Soraya Soubhi Smaili,
resolveu dizer
publicamente:"o processo de expansão foi mal planejado". Crítica
contumaz do modelo de expansão proposto pelo Governo Federal e grevista
assumida, a nova reitoria da Unifesp, agora terá de administrar exatamente o
processo de expansão que critica, uma vez que o modelo de universidade
implementado no Brasil na era de Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi muito
refinado no Governo Luiz Inácio Lula da Silva e caminha para a definitiva
implantação de um novo modelo de expansão e financiamento baseado na
"pacífica" convivência entre interesses particulares e públicos
dentro das universidades. Esse modelo de expansão que, aliás, a mim me parece,
não só mal planejado, mas também, desenfreado, por isso desorganizado, com o
único objetivo de gerar estatísticas positivas sobre o "aumento do número
de vagas". Como esse aumento do número de vagas (e dos campi) não foi
acompanhado por investimentos em infraestrutura (laboratórios e salas de aulas,
por exemplo) o que se tem hoje são sérios problemas, inclusive falta de verbas
para manutenção, a serem enfrentados por reitores e reitoras. Quando cito
sempre um Governo do PSDB e outro do PT como se um refinasse a política
educacional do outro é para deixar claro o seguinte: o problema da universidade
brasileira não é modelo de gestão. É o próprio modelo de universidade, baseado não
mais no financiamento público, mas sim, em uma relação promíscua e
descaradamente de rapinagem dos laboratórios, equipamento e prédios públicos em
benefício de uma dúzia e meia de professores (e professoras). Mais dia, menos
dia, teremos de enfrentar essa discussão de cara limpa. Muito provavelmente no
processo de sucessão da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por exemplo.
Aí, muitas máscaras dos que estiveram junto dos professores (e professoras) em
greve, que defenderam uma "universidade pública, gratuita, de qualidade e
socialmente referenciada" cairão. Saberemos quem defende a "venda de
serviços" como metáfora da venda até dos grãos de areia da universidade
pública brasileira.
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