Lembro-me
muito bem do dia 11 de maio, data na qual fui agredido em pleno auditório Rio
Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), pelo irmão do então
vice-governador, hoje governador, Omar Aziz. Meu pecado: ter comentado sobre a
venalidade da mídia do Amazonas e a forma como nomes foram tirados, por
manobras parlamentares, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Pedofilia. Inúmeros covardes e canalhas, divulgaram em blogs, notas anônimas, a
me acusar de ser prepotente, pedante e coisas do gênero e que "era bem
feito" eu ter sido agredido. À época, a Associação dos Docentes da
Universidade Federal do Amazonas (Adua-SN) realizou uma passeata com mais de
150 pessoas, invadiu a reitoria e obrigou o então reitor, Hidembergue
Ordozgoith da Frota, a publicar uma nota de repúdio. Não fosse isso, nenhuma
reação teria sido tomada por parte da Administração da Ufam. Trago de volta os
fatos para afirmar que, desde aquele dia, foi decretada a morte por inanição da
ideia de liberdade dentro da Ufam. É fato que, teoricamente, em uma
universidade, seus estudantes, técnicos e professores são livres até para
duvidar da existência de Deus e não serem punidos. Isso, porém, só em tese. Na
prática, trata-se de uma Instituição tão conservadora (ou até pior) que o
Exército e a Igreja (em todas as suas cores). A covardia institucional da
Administração da Ufam foi tamanha que a Nota de Repúdio saiu escondida (e no
menor tamanho possível) no meio dos Classificados de um grande jornal da
cidade. A universidade saiu maculada do episódio não pelo que eu tenha dito ou
não. Afinal, ainda que eu tivesse dito algo de conteúdo ofensivo, o caminho
seria um processo na justiça e não a agressão. Os calhordas e canalhas que
anonimamente me atacaram agora escondem-se de novo a espalhar terror e ameaças
no processo de consulta para a reitoria da Ufam. E devem estar doidos que
apareça alguém que me agrida (fisicamente) de novo. Tudo porque digo o que
penso e defendo não só que as pessoas sejam livres para escolherem quem bem
entenderem (da forma mais livre e democrática possível), mas também, por expor
as vísceras de muitos covardes que só por trás de máscaras e avatares encontram
coragem para dizer algo. Como sou um voraz defensor da liberdade,
principalmente dentro de uma universidade, não posso criticar quem fez a opção
preferencial pela covardia e pela canalhice. Incomoda-me, porém, que a maioria
da comunidade da Ufam prefira os que se escondem nas trevas e, em muitos casos,
passe a odiar que tem a coragem de defender algumas valores que deveriam ser
intocáveis em uma universidade, inclusive o direito de ser prepotente e
arrogante, meu e de quem quer que o seja. O anonimato, o medo e a covardia,
porém, embora legítimos para quem opta por se esconder, não fazem bem para a
vida em comunidade. Fora ou dentro da Ufam.
Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei
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