Tenho
ouvido pelos corredores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) o velho e
corroído argumento de sempre: "A Ufam tem de ser preservada". Tratas-e
de uma tentativa de que não se deixe expor as vísceras da baixaria que ocorre
pelos corredores, principalmente em época de sucessão, como agora. Nas duas
disputas das quais participei, a última foi a mais suja. Calhordas de dois
grupos adversários foram tão asquerosos que passaram a invadir a minha vida
particular e a "criar" estórias fantasiosas a meus respeito. Uma
comprovação tácita da baixaria: chegaram ao ponto de distribuir bilhetes, em um
dos debates ocorrido no auditório Eulálio Chaves, com invasões explícitas a
minha privacidade. À época, eu era candidato a reitor da Ufam, não a dirigir um
instituição do Capuchinhos ou a um Convento das Irmãs Carmelitas. Só pode ser
cretinice associar questões da vida privada ao desempenho na direção de uma
Instituição. A vida privada diz respeito ao marido e à mulher. Mais nada. Trazer
assuntos desse tipo para a disputa a uma reitoria é de uma falta de caráter que
não tem limites. Mas isso foi feito. Só espero que esse tipo de sujeira não
volte. Ocorreu nas eleições municipais. A candidata Rebecca Garcia vou
arrancada da disputa por um "dossiê" que envolvia a vida particular
dela. Fui vítima e não recuei. Não se deve recuar diante de uma situação
dessas. Garcia, se tivesse permanecido na disputa, teria meu voto. Não posso
admitir que o machismo ainda perdure e dê direito aos homens de ter
"casos" o quanto considerarem necessários e as mulheres serem
condenadas por isso. Dar vazão a esse pensamento conservador e reacionário e
optar pela manutenção do status quo, ou seja, do machismo. Costumo dizer que a
universidade é o único lugar no qual se pode duvidar até da existência de Deus
e não ser punido por isso. Não é a Ufam que tem de ser preservada. O que se tem
de preservar, definitivamente, é a separação clara e límpida entre a vida
particular e a vida pública. Apelar para esse tipo de argumento com o fim de
ganhar uma eleição é de uma covardia sem limites. Coisa de conservador
travestido de progressista.
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