Aprendi,
nas duas últimas semanas, entre meus pares da Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), duas coisas essenciais: não há ferida tão profunda que um ato de
generosidade e afeto não consiga curar, bem como é preciso encontrar uma
vacina, urgentemente, contra as doses homeopáticas de ódio distribuídas em cada
canto da Instituição. As fofocas variam do ódio supremo à extrema e mais
profunda falta de ética. Em misturar a vida particular das pessoas com o
trabalho por elas desenvolvido. Hoje, na fila do Banco do Brasil, passei por
mais uma dessas situações de provocação extrema. Desde a primeira palavra a mim
dirigida, a professora, nitidamente, me alfinetava. Primeiro, ironicamente,
"agradeceu a ajuda que eu havia dado a ela no projeto", exatamente
porque eu, polidamente, disse que iria para o Pós-doutorado e não teria
condições de auxiliar ninguém antes da Seleção. Muitos fazem, eu não faço, e
considero um acinte, "ajudar" quem quer que seja antes (ou durante) o
processo de Seleção. Sou capaz de abrir uma frente de estudo se o candidato
aprovado não tiver orientador. Faço qualquer esforço em prol de um estudante de
Pós, desde que, no entanto, tenha sido aprovado. Antes, ou durante o processo,
tenho como procedimento não interferir de forma nenhuma. Portanto, a professora
não foi ajudada porque considero injusto qualquer privilégio a alguém, antes ou
durante o certamente. Falei algo que nem me lembro direito o que foi e a
professora me veio com essa pergunta (em voz cada vez mais alta): "Por que
professor, o senhor resolveu assumir a homossexualidade?"
Devolvi:"Não professora, até agora, o único homem por quem sou
perdidamente apaixonado sou eu. Mas, não se preocupe, se um dia eu me apaixonar
por outro homem, não terei nenhum tipo de vergonha em assumir publicamente".
Ela não se deu por vencida em sua sanha de espalhar ódio em doses homeopáticas
e tascou: "Sabes que o Fulano de tal foi aprovado no Doutorado? Também, já
foi vice-reitor (o fulano de tal nunca fora vice-reitor)! E a panelinha ali é
horrível!". No ano de 2012 não fiz parte da banca de Doutorado em Sociedade
e Cultura na Amazônia. Fiquei apenas no Mestrado. Nos últimos três anos, porém,
fiz parte de todas as bancas do Doutorado. Em todas elas não houve nenhum tipo
de "jeitinho" para aprovar ou reprovar quem quer que seja. Não tive
dúvidas de que a professora queria me tirar do sério. Em outro momento da vida,
talvez, tivesse dito cobras e lagartos, expressado a minha indignação. Exigido
respeito a mim e aos meus colegas de banca. Respirei fundo! Engoli a resposta.
Calar, às vezes, também é um ato de amor. Há pessoas que, embora estivessem há
tempos do nosso lado e nós nem percebamos, se nos apresentam para nos tornar
seres humanos melhores. Outras, ao distribuir ódio homeopaticamente, diminuem a
nossa condição de humanos. Prefiro, atualmente, distribuir sorrisos largos,
generosidade e afeto. Deixo o ódio para os vermes de corredores e passarelas!
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