A
reforma administrativa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não pode se
resumir apenas às propostas dos candidatos (e candidata) que prendem ocupar o
cargo no quadriênio 2013/2017. Necessariamente deveria passar por uma profunda
discussão desencadeada com a Estatuinte que, no entanto, não avançou na direção
que deveria tomar. E independe de quem ocupar o cargo de reitor (ou reitora).
Isso porque, os representantes dos técnicos, professores e estudantes,
referendaram um monstro administrativo que já se reconfigurava dentro da
Instituição, sem, no entanto, possuir nenhum sinal de organicidade ou racionalidade
administrativa. Hoje, na Ufam, de acordo com o que já foi aprovado na
Estatuinte, podem conviver unidades acadêmicas que possuem departamentos e
outras não. Cada unidade pode optar pelo modelo que considerar mais orgânico ou
mais eficiente do ponto de vista administrativo para aquela unidade. Acontece
que, administrativamente, uma organização com o desenho da Ufam, deveria
possuir unidades acadêmicas. Como o próprio nome revela, essa unidade acadêmica
não é um mero ente administrativo. Deveria ser formada por faculdades, e essas
por cursos, cujo ele deveria ser exatamente acadêmico, e não administrativo. Na
briga desenfreada pelo poder, o que restou foi um caos administrativo que se
levará, talvez, mais 100 anos, para ser resolvido. Isso porque, com a
"nova configuração", na prática, as unidades acadêmicas podem até ser
administrativas, mas, perdem, há tempos a essência acadêmicas. Abrigam cursos
completamente díspares. Para piorar, na estrutura atual desenhada pelos
representantes estatuintes, foi confirmada uma aberração administrativa sem
paralelo: uma Faculdade com apenas um curso, como o é a Direito, só para ficar
em um exemplo, tem o mesmo peso administrativo de um Instituto. Oras, não se
precisa ser nenhum especialista em administração para saber que o mínimo de
coerência administrativa existira se Os Institutos abrigassem as Faculdades e,
essas, por seu turno, os cursos. Com isso, foi instituída uma briga fratricida
para que cada curso se transformasse em uma Faculdade. O conhecimento e a troca
de saberes foi deixada de lado. Prevalece, atualmente, meros interesses
políticos, portanto, de poder, nos conselhos. Mexer com o caos que se instalou,
certamente, não será interesse de ninguém. Lamentável para uma universidade que
se autointitula centenária como a Ufam.
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