O
Ministério da Educação (MEC) finalmente mudou os critérios para a abertura de
novos cursos de Medicina no País. E, certamente, a mudança proposta não será
apenas para um curso. Outros, muito provavelmente, seguirão o mesmo caminho
para que o mercado, e algumas regiões, não fiquem saturados do mesmo
profissional, enquanto outra regiões padecem da falta deles. A partir de agora,
cursos de Medicina só serão abertos em cidades pré-definidas por meio de
editais. De acordo com a notícia divulgada em um site
brasileiro, "As novas faculdades particulares de medicina terão que
ser criadas, prioritariamente, em regiões onde há estrutura médica - como
hospitais e atendimentos de emergência - mas não existem escolas de medicina
suficientes." É o tipo de critério que deveria nortear a abertura de todos
os demais cursos no Brasil. No entanto, o que ocorre é que Faculdades, Centros
Universitários e as próprias Universidades particulares não se importam com
seus ex-alunos. Se vão ter boa empregabilidade ou não. Pautam-se pela lógica do
lucro. Assim, cursos de baixo investimento e boas possibilidades de altas
demandas são abertos em quaisquer lugares. Figuram entre eles, Direito,
Administração, Pedagogia, Serviço Social. Terminam por "entupir" o
mercado local de profissionais qualificados, porém, desempregados. Já em áreas
estratégicas, como o é a Medicina, os cursos concentram-se nas grandes
metrópoles ou nas capitais. Como é um curso muito caro e que exige altíssimos investimentos
para que sejam abertos, normalmente são abertos em cidades de atividades
econômicas pujantes ou nas grandes capitais. Médicos formados nessas cidades se
negam a prestar serviços no interior do País por mais que os salários sejam
atraentes. Por outro lado, como induzir a formação se só forem autorizadas a
abertura de novos cursos em cidades com "hospitais e atendimentos de
emergência"? Como ter serviços de emergência e hospitais se os médicos
recém-formados não querem ir para cidades menores? A mudança de critérios é boa
mas precisa ser melhor estudada a fim de que, ao invés de solucionar o
problema, seja capaz de aumentá-lo.
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