quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A política da terra arrasada nas universidades


Em época de sucessão, como a que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) enfrenta agora, preocupam-me os discursos inflamados que incitam uma espécie de "política da terra arrasada". Embora, durante a eleição todos se comprometam em "não destruir a obra do outro", fora da universidade, essa é uma prática comum. E começa pela prática de mudar a marca, conforme comento hoje sobre o que ocorrer com a Prefeitura Municipal de Manaus (PMM). Como há uma tendência, na universidade brasileira, com o processo democrático de escolha, a se repetirem os mesmos equívocos da política em geral, fica sempre aquela dúvida de que a prática se repita. Tenho defendido neste espaço que, na universidade, o comportamento seja outro. Que a atuação seja pedagógica e não um mero espelho do que ocorre na sociedade. O que se espera, no caso das universidades, e deveria ocorrer o mesmo na política em geral, é que os acertos sejam refinados e aperfeiçoados e os erros de rota corrigidos. Não se pode mais admitir, na administração pública, essa prática nociva da "terra arrasada". Grande parte do atraso na política brasileira, por conseguinte, na administração pública, se deve a esse tipo de prática. No caso das universidades, hã que se ter clareza que mudanças mirabolantes são apenas promessas de campanha. Há uma política pública, inclusive para a contratação de pessoal, estabelecida pelo Governo Federal. Em grande parte dos casos, o administrador escolhido torna-se refém dessas políticas. De certa forma, isso terminada por conter os mais afoitos. Por outro lado, engessa as administrações superiores das universidades. Como na vida, na administração pública, nem tudo é completamente bom ou ruim. Todo cuidado é pouco, porém, para que não se deixe a prática da "terra arrasada" chegar às universidades brasileiras.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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