A
escola brasileira, em todos os níveis, quiçá a escola mundial, é "onde os
sonhos morrem primeiro". Jamais seria permito a Ícaro voar e Leonardo da
Vinci talvez fosse transformado em um mediano pintor de paredes. Isso tudo
porque a filosofia de "cortar asas" não é o esteio apenas da educação
familiar, conforme abordei ontem, aqui neste mesmo espaço, na postagem "A
cruel filosofia das asas cortadas". Por trás de um discurso
libertador, escondem-se grades curriculares, impostas em Projetos Pedagógicos
de Cursos, que se alicerçam em Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Meia
dúzia de iluminados é chamada, forma uma Comissão, faz audiência pública em
três estados e está decidido o que se deve fazer dentro de uma sala de aula, em
todos os níveis. Além de as decisões serem de gabinetes, transformam-se em
Planos de Curso ou de Aula, que, talvez, fossem melhor aproveitados se fossem
denominados efetivamente de Planos de Aprendizagem e o foco fosse exatamente
nesta última. Ainda hoje, fala-se em ensino, em aluno, ou seja, sem luz. O
prazer da descoberta e da experimentação pouco valem. Aliás, ainda se vive em
uma sociedade na qual o prazer é sempre relacionado ao pecado venial. Ter
prazer, em amplo sentido, na escola, talvez seja uma heresia. Dias desses, eu,
minha filha e meu filho conversávamos sobre isso. E ela, que tem 13 anos,
saiu-se com essa:"Pai, eu e minhas amigas temos um sonho. Sair desta
escola que não estimula a gente a estudar e criarmos uma nova escola. Uma
escola que a gente tivesse prazer em estudar". Eu e minha filha temos algo
em comum: sonhamos com uma escola na qual cortar asas seja uma prática
definitivamente abolida. Assim, Ícaro e Da Vinci poderiam frequentá-las sem o
menor receio.
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OBS:
Post do dia 29/09/2013
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