Em
se tratando de Educação, é pouco provável que teorias avançadas sejam capazes
de vencer as visões atrasadas. Quem de nós, professores e professoras, tem
coragem de, na prática, testar o pleno exercício da cidadania acadêmica?
Teorizamos tanto a respeito de autonomia e cidadania e pouco fazemos para
desenvolver uma espécie de ética das relações na sala de aula que efetivamente
sejam postas em prática. Quem, por exemplo, é capaz de transformar um
instrumento frio, meramente de controle, como os Boletins de Notas em
Frequências, em uma prática estimulante de exercício da cidadania e da ética
acadêmica? Como? Muito simples, basta que se desenvolva nos estudantes valores
de respeito ao outro e ao grupo a ponto de eles mesmos serem os responsáveis
pelo controle das frequências. Penso, até, que os próprios estudantes poderiam
coordenador o processo de avaliação conjuntamente com os professores. Só assim,
efetivamente, se pode mudar a sociedade que aí está. Com estudantes, éticos,
responsáveis e honestos. Enquanto perdurar a ideia de que os estudantes são
desonestos até que se prove o contrário, que não conseguem praticar a
autoavaliação e que jamais realizaram um controle de frequência com
honestidade, formaremos cidadãos incapazes de erguer a formação moral fincada
em bases sólidas. Penso que ousar em experiências inovadoras seria possível.
Nas próximas disciplinas que ministrar testarei o que aqui propus entre os
estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
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