domingo, 22 de setembro de 2013

Vanguarda do atraso aprova Diretrizes para o Jornalismo

Não há outra coisa a dizer sobre a aprovação, no dia 20 de fevereiro de 2013, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) das "novas" (muito velhas) Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Jornalismo: trata-se de mais uma vitória da vanguarda do atraso na área. O documento aprovado pelo menos registra a posição contrária da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação (Compós):
"8 A Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS) preocupa-se com o estabelecimento de Diretrizes Curriculares Nacionais específicas para os cursos de jornalismo, separadas essas das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de comunicação social. Em documento, encaminhado ao CNE, a COMPÓS diz-se preocupada com “a atomização do campo comunicacional que a adoção das diretrizes propostas poderia vir a causar numa área que vem tentando se construir do ponto de vista acadêmico-científico e suas consequências para a formação do aluno de Comunicação e para o Jornalista, para a formação para a docência e para a pesquisa”. E, mais adiante, afirma que o texto da Comissão de Especialistas “deixa entrever uma perspectiva „separatista‟ que em nenhum sentido contribui com a formação do jornalista ou com a consolidação da área no Brasil”.
9. Para a COMPÓS, a proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Jornalismo fragmenta e limita a formação jornalística, pois reflete “pensamento tecnicista e disciplinar, enquanto no resto do mundo centros de pesquisa e pesquisadores tornam-se cada vez menos apegados a rótulos disciplinares e a objetos nitidamente recortados”. De acordo com a COMPÓS, a “relação entre Jornalismo, Comunicação e Ciências Sociais Aplicadas e o contexto contemporâneo prevê ou favorece o comunicador polivalente: tecnologias, ampliação dos mercados, relação entre desigualdade social e diversidade cultural, o que demandaria um jornalista com capacidade de olhar mais amplamente a sociedade”."
Estava na Compós, à época, e contribui com a reflexão. Fiz a minha parte. Mas, registro, de novo, a minha revolta com essa "reforma" que cheira a mofo. Mais que filosófica, a maior aberração é prática: o retorno do estágio obrigatório de 200 horas, que nos leva ao jornalismo do início dos anos 70. Uma lástima entregar às empresas a possibilidade de usar mão-de-obra barata e rotativa em forma de estágios de mentirinha!


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Um comentário:

  1. Gilson,

    Sou da área de RP e achei uma tragédia essas diretrizes.

    Trágico, meu caro, trágico!

    Atraso total.

    Teu amigo,

    Guibson

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