Não
há outra coisa a dizer sobre a aprovação, no dia 20 de fevereiro de 2013, pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE) das "novas" (muito velhas)
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Jornalismo:
trata-se de mais uma vitória da vanguarda do atraso na área. O documento
aprovado pelo menos registra a posição contrária da Associação Nacional dos
Programas de Pós-graduação em Comunicação (Compós):
"8
A Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS)
preocupa-se com o estabelecimento de Diretrizes Curriculares Nacionais específicas
para os cursos de jornalismo, separadas essas das Diretrizes Curriculares Nacionais
dos cursos de comunicação social. Em documento, encaminhado ao CNE, a COMPÓS
diz-se preocupada com “a atomização do campo comunicacional que a adoção das
diretrizes propostas poderia vir a causar numa área que vem tentando se construir
do ponto de vista acadêmico-científico e suas consequências para a formação do
aluno de Comunicação e para o Jornalista, para a formação para a docência e
para a pesquisa”. E, mais adiante, afirma que o texto da Comissão de
Especialistas “deixa entrever uma perspectiva „separatista‟ que em nenhum
sentido contribui com a formação do jornalista ou com a consolidação da área no
Brasil”.
9.
Para a COMPÓS, a proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação
em Jornalismo fragmenta e limita a formação jornalística, pois reflete “pensamento
tecnicista e disciplinar, enquanto no resto do mundo centros de pesquisa e
pesquisadores tornam-se cada vez menos apegados a rótulos disciplinares e a
objetos nitidamente recortados”. De acordo com a COMPÓS, a “relação entre
Jornalismo, Comunicação e Ciências Sociais Aplicadas e o contexto contemporâneo
prevê ou favorece o comunicador polivalente: tecnologias, ampliação dos
mercados, relação entre desigualdade social e diversidade cultural, o que
demandaria um jornalista com capacidade de olhar mais amplamente a sociedade”."
Estava
na Compós, à época, e contribui com a reflexão. Fiz a minha parte. Mas,
registro, de novo, a minha revolta com essa "reforma" que cheira a
mofo. Mais que filosófica, a maior aberração é prática: o retorno do estágio
obrigatório de 200 horas, que nos leva ao jornalismo do início dos anos 70. Uma
lástima entregar às empresas a possibilidade de usar mão-de-obra barata e
rotativa em forma de estágios de mentirinha!
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Gilson,
ResponderExcluirSou da área de RP e achei uma tragédia essas diretrizes.
Trágico, meu caro, trágico!
Atraso total.
Teu amigo,
Guibson