O
professor Othon Moacir Garcia, no clássico livro "Comunicação em Prosa
Moderna", cunhou uma frase que se nos apresenta lapidar:"escrever bem
é, antes de tudo, aprender a pensar". Antes disso, porém, é preciso
esclarecer o que é um "bom texto". Sem muito rigor acadêmico, talvez
se possa dizer que um bom texto é um encadeamento de frases e parágrafos que
tenha começo, meio e fim com o objetivo de recriar uma ideia de forma clara,
concisa e coerente. Bem, não é tão simples assim, pode ser, também, defender
uma tese, argumentar, recriar um ambiente. Não se pode esquecer, porém, que o
ato de escrever não é uma espécie de "tempestade de ideias" cujo
centro do problema está em quem escreve. Escrever bem é um ato que se completa
no outro, no leitor. É um exercício permanente de convencimento e, mais que
tudo, conquista do outro para que entenda o que se escreve. Na Educação
Superior brasileira, porém, o texto é visto como um complexo exercício de hermetismo
com o fim de que o outro não entenda nada do que se escreveu. A simplicidade dá
lugar ao rebuscamento e se tem como produto uma escrita pesada, às vezes
obscura, e sem nexo. A escrita, portanto, é um entrave que, no fim de tudo,
interfere diretamente na produção dos estudantes, principalmente, da
pós-graduação. Em nome da justa luta contra o preconceito linguístico, se
entrou numa fase do "tudo pode". A Língua-padrão, gramaticalmente correta,
deu lugar à justaposição de frases desconexas. Incluir uma prova escrita em
qualquer tipo de seleção, inclusive dos mestrados e doutorados, é diminuir
quase ao zero as chances de aprovação dos candidatos. Eliminá-las, porém, é
entregar à sociedade mestres e doutores com capacidade reduzidíssima de manifestar
coerentemente o pensamento no formado escrito. Há que se fazer algo para se
evitar um caos generalizado!
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OBS:
Post do dia 06/09/2013
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