terça-feira, 24 de setembro de 2013

Mestrado profissional X mestrado acadêmico

A dissertação "Paisagens sonoras: a experiência composicional nas redes de sons do entorno do sambódromo de Manaus", defendida pelo professor do Curso de Artes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Márcio Lima de Aguiar, é uma daquelas obras capazes de deixar os taxionomistas cartesianos com o queixo caído. Justamente porque poderia ser encaixada perfeitamente como produto de um Mestrado Profissional, porém, mantém a profundidade de um trabalho de Mestrado Acadêmico, porém, com um produto como resultado.
E é neste hibridismo entre o produto e a criação que Márcio Aguiar, orientado pela professor doutora Rosemara Staub de Barros, criou um espaço para se inserir na teia da pesquisa com um nó intrínseco a ele: o da inventividade. A pesquisa e as composições feitas por Márcio Aguiar comprovam, com todas as letras, que o saber não é nem acadêmico nem profissional. É saber e pronto.
Essa sanha taxionômica é uma característica da pesquisa atual brasileira que precisa crescer para o mundo e "se medir" e ser medida para poder demonstrar como cresce. Do ponto de vista do saber, do conhecimento, porém, o trabalho de pesquisa de Aguiar (como imenso alívio para mim que tanto fui da banca de Qualificação quanto da Defesa da Dissertação, hoje) deixa evidente que não há como engessar a Ciência, muito menos a Arte.


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