Há
uma crença entre os colegas professores e professoras de que os estudantes não
podem praticar a autoavaliação porque "atribuiriam notas" acima do
que merecem. Desde que ingressei na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), à
revelia da Instituição, passei a praticar uma avaliação do estudante pelo
estudante e do professor pelo estudante. No início, o estudante poderia
escrever um texto sobre "como foi o desenvolvimento da disciplina e a
atuação do professor". Era opcional assinar ou não a avaliação. Como desde
o início criamos um clima de respeito mútuo, poucas foram as vezes que tive
problemas no processo. Ao contrário, quase sempre ler as avaliações dos
estudantes era um exercício que me ajudava a aguçar a autocrítica e tentar
melhorar o desempenho e a forma como ministrar a disciplina nos períodos
seguintes. Aos poucos, com a surgimento da Comissão Própria de Avaliação (CPA)
parei de praticar a avaliação do professor pelo estudante. Há vinte anos,
porém, mantenho a avaliação do estudante pelo estudante. Uma das notas, no
final do período letivo, é atribuída pelo próprio estudante a si mesmo. No mais
das vezes, são notas que, quando não batem, se aproximam da avaliação feita
pelo professor. O número de estudantes que tenta se aproveitar da autoavaliação
para aumentar a média é tão ínfimo que não interfere no resultado final
positivo. Até hoje, a partir dos resultados da autoavaliação, não posso,
jamais, dizer que estudantes são irresponsáveis. Ao contrário, é prazeroso concluir
que, desde que o trabalho pedagógico seja feita ao longo da disciplina, o que
se tem, ao final, é uma demonstração da responsabilidade coletiva dos
estudantes.
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